Uma menina nasce pura... brinca com bonecas, não liga para que roupa usar, ainda possui sua virgindade de garota. Quando vê um menino, não imagina mil coisas, não o enxerga como um par, por não existir a maldade em sua mente... só vê mais uma criança. Essa menina cresce, passa a não olhar para suas bonecas como olhava antes... De mês em mês, cada vez mais, sente-se mulher... mas ainda há muita inocência em seu coração (característica que ela levará por muitos e muitos anos de vida). Um certo dia, ela conhece um garoto, e sem pensar, ele diz o quanto ela é bonita... Pronto! Uma parcela dessa pureza se vai... Porem a garota ainda questiona a própria beleza, perguntando-se:
— Eu, bonita? Não... não sou bonita...
Ate que ao longo de sua juventude, ela conhece outros rapazes, que fazem o mesmo, e a garota torna a questionar, mas com alguma duvida:
— Poxa, será mesmo que sou bonita?
Ate um dia... ela percebe que é bonita... Então esse é o fim de uma pureza...
Depois da juventude, a garota acaba acreditando que seu rosto é belo, que seu corpo causa inveja em algumas garotas, crê que sua beleza é incontestável e única... A partir disso, ela entende que tem seu corpo como forma de atração... Obviamente ela passa a ser muito vaidosa, usa roupas cada vez mais bonitas (e caras), desvia o olhar dos rapazes com seu jeito... Mas os anos passam, e ela conhece alguns rapazes que não ficam por mais que alguns dias, e alguns apenas trocam-na por outras garotas bonitas... Esse é o momento em que essa garota, que já é uma mulher e tanto, frustra-se, questiona o porquê dos rapazes não se prenderem a sua beleza, afinal, sempre funcionou tão bem... não entende porque os mais canalhas que só querem o seu corpo, estão proximos, enquanto os que a farão feliz, nunca mais voltam, ou tão longe passam, que nem deixam rastros de suas existencias... Namorar, torna-se uma tarefa impossível, pois ninguém consegue ter nada construtivo com ela; apenas o que corpo pode oferecer... Cada principio que temos nessa vida, torna-se base para o que atraíremos... Mulher inocente, cuidou tanto do seu corpo, é esqueceu sua mente... Seu corpo cresceu, junto a sua vaidade... e sua mente, esquecida em meio às bonecas, parou em sua infancia... e que definitivamente, foi trancada em seu bau de brinquedos, em sua adolescencia... Mente que hoje é incapaz de perceber, que nada uma casca é, sem conteúdo... Mente que acredita no que vê, assim, atraindo mentes que também querem o que vêem...
Mente que não sabe que o amor de verdade, não pode ser maquiado, vestido... mulhere burra, que somente tem a oferecer sua futilidade.
( Leonardo Ribeiro )
Perspectiva nº57
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