Separado entre dois mundos; das florestas dos homens
E das cidades dos deuses, sou levado para onde os ventos
e as mares me seduzem a ir.
Apaixonado eu vou, e nem a ela resisto – a amo.
Os ventos do norte me trazem o horizonte, os ventos do sul trazem o frio, os ventos do leste o do oeste me trazem possibilidades,
caminhos para escolher e seguir.
Mas todos em comum me trazem uma coisa - você.
As flores me cobrem com seu cobertor de sonhos, e levam-me ate seu cheiro, me buscam para onde me trazem você.
As mares me afogam e me levam, e mesmo com os pulmões naufragados, ainda sinto o odor da santidade.
Mesmo morto, vivo como se ainda existisse, vivo com o que ainda dela me resta; não muito mais do que nada.
E quando todo o doce sai, o sal fica e me deixa o amargo - a vida.
Peço ao que me leva, a direção certa, o caminho, as pedras que me guiam.
Que do vendo que me queima os lábios, os lábios molhados teus.
Para um sempre viver, um obra prima do já, ate quando o amanha – ele dirá.
Cada um desses dias passou o certo a ser, se de fato para ser de uma outra forma se foi, se foi para ser assim vivido.
Não temo - jamais! Espero, creio que algo ou alguém me conserve o melhor; se o pior me aguarda... morrerei quando o ultimo se for, assim darei o meu melhor.
Para algum propósito aqui estou e escrevo, assim os ventos e mares me levam a você.
( Leonardo Ribeiro )
Perspectiva nº17
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