O vento

O amor é simples e objetivo,
O amor não exige rodeios
não mede fronteiras, não visa obstáculos
Não pede longas palavras... se quer as pede
Convida os olhares a dizer...
Não pede nada que possamos por espontânea vontade oferecer
O que na verdade, nem conseguimos o que é saber
Talvez o amor seja como uma pintura
Todos o conhecem, mas nunca o viram, e talvez nunca o toquem...
Ou como um gosto que pensamos ter sentido,
Mas não fazemos a menor idéia de como ele é
Gostamos de muitas coisas ao longo da vida
Quando era novo, pensava amar muitas coisas
Amava correr, amava meus brinquedos, sorria ate com a ausência de felicidade.
Mesmo assim, fiquei muito triste quando perdi um brinquedo que gostava muito, mas logo minha tristeza passou, porque descobri que na loja existia um outro que substituiria aquele...
Mas isso é normal, quando envelhecemos, algumas coisas perdem seu sentido, ou fazem todo ele... talvez seja porque aprendemos a não errar tanto... mas isso deve acontecer, errar e necessário, porque na vida, nada é perdido, ate mesmo os erros nos fazem crescer, nos acrescentam algo para nos tornarmos quem seremos amanhã...
E quando esse amanha chega, olhamos para o que supostamente amávamos, e vemos que nunca soubemos o que era o amor, e descobrimos que na verdade, amaremos três ou quatro coisas durante a vida... no meu caso, uma ou duas...
Assim, muitas coisas passam a ser apenas um momento, uma lembrança, um passado, e nada mais, quando vividos apenas por serem.
Assim, um momento se faz especial pela simples presença do amor no ar...

( Leonardo Ribeiro )

Perspectiva nº51