As vezes no mais puro abraço, no mais simples gesto, entendemos a diferença do dizer e do sentir. As vezes no fim de um caminho, pensamos bem e vemos como seria se tivéssemos seguido pela estrada ao lado, se tivéssemos visto e conhecido aquela outra direção. Não tem jeito, caminhos começam e terminam, mas os caminhos passados ou paralelos sempre se cruzam... Vontades, desejos e sentimentos um dia morrem, para dar espaço a outros. Manias, velhos hábitos, são deixados, e ficamos a pensar ate quando vale a pena magoar alguém pela nossa felicidade, ate onde podemos ir ignorando todo o passado, e seguindo por onde queremos seguir. Como sabemos que a vontade que pulsa aqui dentro ainda é amor? Como saber o que fazer em um momento tão turbulento? E quando não sabemos a conseqüência de uma escolha, arriscamos? A falta transformada em carência, que é confundida com amor, a solidão que nos deixa confusos, nos deixa humildes, e o mínimo de atenção se torna o necessário, o principio de uma felicidade, e é de nos, seres humanos, buscarmos a felicidade, seja ela como, onde e com quem for. Mas devemos pensar bem no que queremos, no que dizemos e demonstramos. Com a nossa felicidade, podem vir a tristeza de um outro alguém, e então a questão passa a ser, ate quando vale a pena nos magoarmos pela felicidade de alguém?
( Leonardo Ribeiro )
Perspectiva nº49
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